Atualizado em 1 de junho de 2020 por washington
O mercado financeiro brasileiro vem crescido ano após ano. Temos cada vez mais opções de investimento para aplicar nosso dinheiro – tanto em quantidade quanto em tipos diferentes de aplicações. Porém, devido à baixa familiaridade do público em geral com o mundo financeiro, várias dessas opções permanecem pouco exploradas pelos investidores. Um exemplo disso é o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, ou FIDC. Se trata de um investimento ainda desconhecido pelo grande público, mas com rentabilidades bem superiores a alternativas como poupança e CDB.
Existem dois tipos de FIDC – um padronizado e o outro não-padronizado. Mas você sabe o que isso significa? Qual a diferença entre os dois? Qual deles tem o rendimento maior?
Se você não sabe responder tais perguntas, não se preocupe: no post de hoje, vamos ensinar tudo sobre as duas modalidades de Fundo de investimento, explicando como elas funcionam, listando suas vantagens e desvantagens e apresentando um comparativo completo entre as duas. Se você quer saber qual dos dois é o melhor para investir o seu dinheiro, continue lendo o nosso post!
O que é um FIDC?
Um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios é um condomínio de investidores que tem por objetivo aplicar pelo menos metade do seu capital em direitos creditórios.
Direitos creditórios, também conhecidos como recebíveis, são títulos emitidos por empresas. Esses papéis são garantidos pelas receitas futuras que uma empresa tem direito a receber de alguém – seja clientes, fornecedores, governo, entre outros.
Ou seja, a contas a receber da empresa são securitizadas (convertidas em um título e vendidas a terceiros). Com isso, o papel de um FIDC é comprar esses títulos como investimento – pagando um valor mais baixo no presente e resgatando o valor total do título no futuro.
Características gerais
Um FIDC segue mais ou menos a mesma linha de funcionamento dos outros tipos de fundo de investimentos.
Aplicação: via subscrição (quando o fundo é lançado) ou via compra no mercado secundário.
Resgate: abertos ou fechados – permitindo ou não o resgate quando os cotistas desejarem.
Tipos de cota: sênior (com preferência de resgate) ou subordinada (pagamento apenas depois das cotas sênior)
Garantia: Não possuem cobertura do FGC – Fundo Garantidor de Crédito
Tributação: Sofrem cobrança de IOF e imposto de renda de acordo com tempo de aplicação.
Risco: por se tratar de um fundo de crédito, todo Fundo de Investimento em Direitos Creditórios também conta com avaliação de risco feita por agências de rating.
Tipos
Existem dois tipos de FIDC: os padronizados e os não padronizados (FIDC-NP). A principal diferença entre os dois está no tipo de direito creditório que cada um pode investir.
FIDC Padronizado
Um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios padronizado só pode aplicar seu capital em direitos creditórios que não apresentem um risco elevado ou natureza incerta, como:
- Recebíveis comerciais e financeiros
- Duplicatas, Cheques e Notas promissórias
- Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Cédula de Crédito Imobiliário (CCI)
- Contratos de empréstimos e prestação de serviços
- Demais títulos de crédito
Rentabilidade
Por se tratar basicamente de um investimento em dívida, os Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Padronizados apresentam uma boa rentabilidade. Quanto maior o risco, maior o retorno – e nesse caso, os FIDC se destacam entre o restante das opções de renda fixa.
Em média, um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios pode oferecer rentabilidades entre 100% a 130% do CDI.
Panorama dos investimento em FIDC Padronizados no Brasil:
Número de fundos ativos: 449 fundos
Patrimônio líquido total: 72 bilhões de reais
FIDC-Não-Padronizados (FIDC-NP)
Um FIDC-NP também pode investir por todos os ativos que compõem a modalidade padronizada. Porém, um FIDC-NP também pode adquirir outros direitos creditórios de maior risco, como:
- Precatórios
- Valores em recuperação judicial;
- Dívidas vencidas e com inadimplência;
- Valores em litígio judicial;
- Valor de existência futura ou incerta;
- Derivativos de crédito;
- Outros tipos de direitos creditórios não convencionais
Rentabilidade dos FIDC-NP
Um FIDC-NP reúne ativos de maior risco e menor liquidez. Por isso, o prêmio do investimento é maior, em relação ao próprio FIDC Padronizado.
É possível encontrar fundos que oferecem rentabilidades superiores a 130% do CDI.
Panorama dos investimento em FIDC Não-Padronizado no Brasil:
Número de fundos ativos: 217 fundos
Patrimônio líquido total: R$ 19 bilhões de reais
Qual é o melhor: FIDC ou FIDC-NP?
Em resumo, temos as seguintes características de cada um:
FIDC Padronizados
- Maior liquidez, tanto para compra quanto para venda
- Investimento mais acessível, com um valor mínimo menor para investimento (a partir de R$ 25 Mil)
- Ativos com risco menor
- Rentabilidade menor em relação aos FIDC-NP
- Sem assessoria exclusiva para investimento
FIDC-NP
- Rentabilidade mais atrativa, normalmente acima de 130% do CDI;
- Administração altamente especializada.
- Assessoria e suporte mais pessoal e exclusivo
- Risco maior em comparação ao FIDC Padronizado
- Baixa liquidez no mercado secundário
- Aplicação restrita apenas para investidores profissionais (que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 10 milhões)
Conforme visto, a rentabilidade de um Fundo de Investimento em Direitos Creditório Não-Padronizado é claramente superior. Isso torna o FIDC-NP uma ótimo investimento – mas apenas para aqueles que se não se incomodam com um risco maior.
Porém, o fato de exigir que o investidor já tenha no mínimo 10 milhões em investimento, pode dificultar o acesso a esse tipo de aplicação. Por essa restrição, o investimento em um FIDC Padronizado costuma ser mais o viável para a maioria dos investidores.
Agora que você as diferenças entre Fundo de Investimento em Direitos Creditórios padronizados e não-padronizados do mercado, que tal conhecer mais sobre o como investir melhor o seu dinheiro? Continue lendo nosso blog entenda tudo sobre o investimento em precatórios e outros direitos creditórios.
Até a próxima!