Atualizado em 5 de abril de 2023 por natalia
Investir no Tesouro Direto pode ser uma opção interessante para quem busca uma forma segura e rentável de aplicar seu dinheiro. No entanto, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre como funciona esse tipo de investimento.
O mercado para negociar títulos do tesouro é gigantesco, até mesmo maior do que o bilionário mercado de precatórios. Neste artigo, vamos ver o que é o Tesouro Direto, como investir nele e quais são as características desse tipo de aplicação financeira. Então, prepare o papel e a caneta ou o celular para anotar. Boa leitura!
O que é o Tesouro Direto?
O Tesouro Direto foi criado em 2002 pelo Tesouro Nacional, responsável pela gestão da dívida pública, com o objetivo de permitir que pessoas físicas comprem títulos do governo federal pela internet.
Em essência, ao comprar um título do Tesouro Direto o investidor está emprestando dinheiro para o governo. Ou seja, a emissão ocorre por parte do governo, assim como a emissão de precatórios.
Essa modalidade de investimento tem se tornado popular devido à sua abertura democrática, permitindo aplicações com valores baixos — a partir de R$30 — e oferecendo liquidez diária para todos os papéis. Na plataforma do Tesouro Direto, há várias opções de títulos públicos disponíveis para diferentes perfis de investidor, com a possibilidade de escolha de indexadores, prazos de vencimento e fluxos de remuneração variados.
Como funciona o Tesouro Direto?
O preço do título do Tesouro Direto é o valor de cada título posto em negociação, enquanto a rentabilidade do papel é o juro que o governo paga ao investidor para financiar sua dívida. O investimento mínimo é de 1% do valor do papel, o que representa R$30. Além disso, é possível resgatar o dinheiro quando quiser. Porém, dependendo do tipo de título, pode haver perdas.
Por falar nisso, vale a pena citar a rentabilidade do Tesouro Direto, que pode gerar prejuízo se os títulos prefixados e híbridos tiverem o resgate antes do prazo, devido à flutuação diária no preço do papel. Essa oscilação ocorre pela mudança no preço dos contratos de juros futuros negociados na B3, refletindo o juro esperado para a data de vencimento.
Pode-se comparar o Tesouro Direto ao investimento em debêntures, ativos em que se empresta dinheiro para empresas em troca da rentabilidade.
A liquidez dos títulos está relacionada à velocidade e à facilidade com que o investidor pode resgatar o dinheiro investido. Por fim, o Tesouro Selic é uma exceção, uma vez que não impõe perdas se o resgate ocorre antes do prazo, acompanhando diariamente a variação do juro básico da economia.
Quais são os títulos disponíveis no Tesouro Direto?
Agora que você já sabe o que é o Tesouro Direto e como funciona, vamos avaliar brevemente os principais tipos de títulos disponíveis para quem quer investir nessa modalidade:
- Tesouro Selic (LFT): título pós-fixado que acompanha a variação da taxa básica de juros da economia e é pouco volátil;
- Tesouro Prefixado (LTN): informa o retorno na data da aplicação, mas a rentabilidade depende do momento de resgate;
- Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F): semelhante ao Prefixado, porém com pagamento de cupom de juros semestrais;
- Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal): híbrido, com uma parte prefixada e outra indexada à inflação;
- Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B): similar ao IPCA+, mas com pagamento de cupom de juros semestrais;
- Tesouro rendA+: é o mais novo título do Tesouro Nacional, sendo uma Nota do Tesouro Nacional série B (NTN-B), com parte do rendimento acompanhando a inflação, assim como o IPCA+. Esse investimento é visto como algo voltado para a aposentadoria, do mesmo modo que outros ativos, como debêntures ou precatórios, que podem compor um portfólio de aposentadoria.
Quais os principais fatores a considerar na escolha?
Ao escolher um título do Tesouro Direto, é importante considerar alguns aspectos. Primeiramente, cada tipo de ativo tem uma rentabilidade diferente, que pode ser prefixada, pós-fixada ou uma combinação das duas. É importante avaliar qual opção é melhor para o seu perfil de investimento e metas.
Além disso, é importante escolher um prazo que se adeque aos seus objetivos financeiros e que permita que você alcance seus planos dentro do tempo planejado. Há, ainda, a liquidez. Alguns títulos têm maior liquidez do que outros, o que significa que é mais fácil resgatá-los antes do vencimento.
Por fim, é importante considerar bem seus objetivos financeiros ao escolher um título do Tesouro Direto. Alguns oferecem maior ou menor rentabilidade, mas depende do horizonte de investimentos.
Assim, se o investidor busca retorno no curto prazo, pode ser mais interessante optar por um título com prazo de vencimento menor e maior liquidez. Já se a meta é a aposentadoria, um título de longo prazo pode ser atraente.
Como investir no Tesouro Direto passo a passo?
O primeiro passo para investir no Tesouro Direto é entrar em contato com uma instituição financeira (banco ou corretora), e solicitar o cadastro no programa.
A instituição irá providenciar o registro do investidor junto ao Tesouro Nacional. Após o contato inicial, você receberá os dados de acesso à área restrita da plataforma do Tesouro Direto. O próximo passo consiste em concluir seu registro e definir uma nova senha. Em seguida, deve-se escolher em qual título alocar capital.
Após a escolha, o investidor deve informar o valor que deseja investir e realizar a transferência do montante para a instituição financeira. O próximo passo é acessar a plataforma da corretora ou do banco e realizar a ordem de compra. A partir desse momento, o investidor terá acesso aos extratos, que contêm informações sobre rendimentos, taxas cobradas, vencimentos e outros detalhes relevantes do investimento.
Além disso, há plataformas especializadas em outros tipos de ativos, que também podem trazer uma boa rentabilidade com segurança. Na Mercatório, nossa especialidade é oferecer oportunidades de investimentos em precatórios e temos uma plataforma própria para isso.
Quanto custa um investimento no Tesouro Direto?
A taxa de custódia do Tesouro Direto é o valor pago pela B3 para a guarda dos títulos públicos, além da disponibilização de informações e movimentações de saldos aos investidores. A cobrança é de 0,25% ao ano sobre o valor do investimento e ocorre semestralmente.
No entanto, investidores com até R$10 mil no Tesouro Selic não precisam pagar taxa de custódia. Quando o estoque supera esse limite, a taxa incide apenas sobre o valor excedente. Além disso, tem a taxa de administração para remunerar a instituição financeira contratada para a operação. Muitas corretoras e bancos isentam a cobrança.
Em relação à tributação, os investimentos em títulos públicos são tributados com uma alíquota regressiva. Quanto mais tempo o dinheiro permanece na aplicação, menor será a alíquota de Imposto de Renda (IR) do Tesouro Direto.
A alíquota de IR é de 22,5% para aplicações de até 180 dias, 20% para aplicações de 181 a 360 dias, 17,5% para investimentos de 361 a 720 dias e 15% para investimentos a partir de 721 dias. O IR é retido na fonte, não sendo necessário pagar o Imposto de Renda para esse tipo de ativo posteriormente.
Para resgates feitos em curto prazo, abaixo de 30 dias, há também a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Calcula-se o IOF sobre os rendimentos do período e incide apenas nos primeiros 30 dias da aplicação. A alíquota começa em 96% para resgates no primeiro dia e diminui progressivamente até 0% no trigésimo dia.
Quais os principais benefícios e riscos do Tesouro Direto?
Uma das principais vantagens do Tesouro Direto é a segurança, pois o próprio governo federal emite e remunera os investidores, o que diminui a possibilidade de calotes em comparação a alternativas de crédito privado. Além disso, a plataforma é acessível e oferece diferentes alternativas, o que agrada diversos perfis de investidores.
Todos os títulos do Tesouro Direto contam com alta liquidez, ou seja, os investidores podem resgatar seus investimentos de forma rápida. E a rentabilidade também pode ser uma vantagem, pois os títulos apresentam previsibilidade de retorno e são alternativas mais rentáveis do que a caderneta de poupança.
Seja como for, a marcação a mercado é um dos principais riscos do Tesouro Direto, pois só se garante o retorno no vencimento. Enquanto isso, os títulos prefixados e atrelados à inflação podem flutuar dependendo do momento econômico. Assim, quanto maior o prazo do título, maiores costumam ser as oscilações de preço. Diante disso, outras pessoas podem preferir opções mais atrativas e com baixos riscos, como a oportunidade de investir em precatórios.